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Rendibilidade das obrigações explicada: o que é, tipos, como funciona e porque é que é importante

Sempre que as notícias económicas aparecem no ecrã ou as discussões se voltam para taxas de juro e movimentos do mercado, é quase certo que o termo “rendibilidade das obrigações” venha à tona. Mas, para lá das manchetes, qual é o verdadeiro significado de rendibilidade das obrigações e por que razão deve ser importante para si, quer seja um investidor ou apenas um observador curioso do mundo financeiro?

Compreender como funcionam a rendibilidade das obrigações não é apenas uma vantagem; é ter uma perceção fundamental do estado da economia, da direção das taxas de juro e da dinâmica dos investimentos. Este guia completo irá desmistificar a rendibilidade das obrigações, explicar os seus diferentes tipos e destacar a sua profunda influência nos mercados financeiros e nas suas finanças pessoais.

Imagem de uma mulher a segurar uma lupa sobre a palavra obrigação

ML;NL (Breve resumo)

  • Definição: A rendibilidade das obrigações representa o retorno que um investidor recebe sobre uma obrigação, normalmente expresso em percentagem anual.
  • Natureza dinâmica: Ao contrário das taxas de juros fixas, a rendibilidade das obrigações flutua com base no seu preço de mercado, no preço de compra do investidor e no método de cálculo utilizado.
  • Relação inversa com o preço: Fundamentalmente, os preços e a rendibilidade das obrigações movem-se em direções opostas: quando os preços das obrigações sobem, a rendibilidade desce e vice-versa.
  • Barómetro económico: A rendibilidade das obrigações é um indicador económico poderoso, oferecendo informações sobre as expectativas relativas à inflação, os movimentos futuros das taxas de juro, as previsões de crescimento económico e o sentimento geral do mercado.
  • Ferramenta do investidor: Para os investidores, é essencial compreender a rendibilidade para determinar o risco, avaliar potenciais fluxos de rendimento e tomar decisões informadas acerca de várias classes de ativos, e não apenas de obrigações.

O que é exatamente a rendibilidade de uma obrigação? Um conceito fundamental

Na sua forma mais simples, uma obrigação é uma forma de empréstimo. Quando se compra uma obrigação, está-se essencialmente a emprestar dinheiro a um mutuário, que pode ser um governo (como o Tesouro dos EUA ou o 'Gilt' do Reino Unido), uma empresa ou um município. Em troca deste empréstimo, o mutuário promete pagar-lhe regularmente juros durante um período específico e devolver o seu investimento principal quando o título vencer.

A rendibilidade das obrigações indica a taxa de retorno que está a obter com esse investimento em obrigações. Embora a taxa de juro nominal de uma obrigação (a sua taxa de juro declarada) seja fixada no momento da emissão, o rendimento que recebe pode variar significativamente com base no preço de mercado da obrigação e no período de tempo durante o qual pretende mantê-la. Esta distinção é crucial para compreender os retornos no mundo real.

Analisando os diferentes tipos

Para compreender a rendibilidade das obrigações, é necessário distinguir entre vários tipos principais, cada um dos quais oferece uma perspetiva diferente sobre o retorno potencial de uma obrigação:

  1. Juros fixos (taxa de juro nominal)
    • Definição: É o pagamento anual fixo de juros definido pelo emissor no momento da emissão da obrigação. É expresso como uma percentagem do valor nominal (paridade) da obrigação.
    • Exemplo: Uma obrigação com valor nominal de 1000 £ e taxa de juro nominal de 4% renderá 40 £ por ano, independentemente do seu preço de mercado.
    • Significado: Embora indique o pagamento fixo, não reflete o retorno real se comprar a obrigação por um valor superior ou inferior ao seu valor nominal no mercado secundário.

  2. Rendibilidade atual
    • Definição: A rendibilidade atual mede o pagamento anual dos juros da obrigação face ao seu preço de mercado atual. Oferece uma imagem mais precisa do retorno imediato que um investidor pode esperar.
    • Fórmula: Rendimento corrente = (pagamento anual do cupão / preço de mercado atual da obrigação)
    • Exemplo: Se comprar a obrigação de 1000 £ (cupão de 4%, pagamento anual de 40 £) por 900 £ no mercado, o seu rendimento corrente será de (40 £ / 900 £) = 4,44%. Se comprasse por 1100 £, o seu rendimento corrente seria de (40 £ / 1100£) = 3,64%.
    • Significado: Reflete o rendimento que obtém agora com base no que paga, mas não considera a maturidade da obrigação nem o reembolso do capital.

  3. Rendibilidade até à maturidade (Yield to Maturity, YTM)
    • Definição: A YTM é a medida de rendibilidade mais abrangente. Representa o retorno total que um investidor pode esperar se mantiver a obrigação até à sua maturidade, tendo em conta todos os pagamentos futuros de juros, o preço de mercado atual da obrigação, o seu valor nominal e o tempo restante até à maturidade.
    • Cálculo: A YTM requer um cálculo complexo que considera o valor presente de todos os fluxos de caixa futuros (pagamentos de cupões e reembolso do capital) descontados em relação ao preço de mercado atual. Normalmente, são utilizadas calculadoras ou programas de 'software' financeiros.
    • Significado: Considera-se que a YTM é o melhor indicador único do retorno global de uma obrigação, proporcionando uma forma padronizada de comparar diferentes obrigações com preços, taxas de cupão e maturidades variáveis. Pressupõe que todos os pagamentos de cupões são reinvestidos à mesma taxa.

A relação invertida: preço vs. rendibilidade das obrigações

Um dos conceitos mais fundamentais no investimento em obrigações é a relação inversa entre os preços das obrigações e as suas rendibilidades. Compreender esta dinâmica é fundamental para entender como as obrigações reagem às forças do mercado, particularmente às variações das taxas de juros:

  • Quando os preços das obrigações sobem, a rendibilidade diminui: Se uma obrigação se tornar mais desejável (por exemplo, devido à queda geral das taxas de juros), o seu preço de mercado aumentará. No entanto, os pagamentos de juros fixos permanecem os mesmos. Assim, um investidor que paga um preço mais alto pelo mesmo fluxo de rendimentos receberá um retorno efetivo (rendibilidade) mais baixo.
  • Quando os preços das obrigações caem, a rendibilidade aumenta: Por outro lado, se uma obrigação se tornar menos desejável (por exemplo, devido ao aumento geral das taxas de juro), o seu preço de mercado cairá. O investidor que comprar essa obrigação a um preço mais baixo continuará a receber os mesmos pagamentos de juros fixos, resultando num retorno efetivo (rendibilidade) mais elevado.

Este padrão inverso é fundamental para a forma como as obrigações respondem às alterações no ambiente mais alargado das taxas de juro definidas pelos bancos centrais.

Porque é que a rendibilidade das obrigações influencia tudo

A rendibilidade das obrigações é muito mais do que apenas números para os investidores em obrigações; é um indicador crítico que se reflete em todo o sistema financeiro e na economia:

  1. Leitura da economia
    • Rendibilidade mais elevada: Frequentemente, indica que os investidores esperam um crescimento económico mais forte, uma inflação futura mais elevada ou que os bancos centrais irão aumentar as taxas de juro. Isto porque os investidores exigem um retorno mais elevado para compensar a inflação que corrói o valor dos pagamentos futuros ou para obter melhores oportunidades noutros setores de uma economia em crescimento.
    • Rendibilidade mais reduzida: Pode indicar cautela económica, expectativa de crescimento mais lento, previsões de inflação mais baixas ou uma “fuga para a segurança”, em que os investidores migram para as obrigações como um porto seguro em tempos de incerteza, elevando os respetivos preços e reduzindo a rendibilidade.

  2. Apoio na escolha de investimentos
    • Ponto de referência relativamente a retornos: A rendibilidade das obrigações do Estado (como as obrigações do Tesouro dos EUA a 10 anos) serve frequentemente como ponto de referência “isento de riscos” em relação ao qual outros investimentos são avaliados.
    • Valorizações de capital: Quando a rendibilidade das obrigações sobe, as ações (capitais próprios) podem tornar-se menos atrativas, uma vez que as obrigações oferecem um retorno garantido relativamente mais elevado. Isso pode exercer uma pressão descendente sobre a valorização das ações.
    • Mercados de crédito: A rendibilidade das obrigações corporativas reflete o risco de crédito percebido das empresas. O aumento do desfasamento entre a rendibilidade das obrigações corporativas e a rendibilidade das obrigações do Estado pode ser um sinal de preocupações crescentes com a saúde das empresas.

  3. Vigilância estreita dos bancos centrais
    • Fixação de políticas monetárias: Instituições como a Reserva Federal, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra (Bank of England, BoE) monitorizam de perto a rendibilidade das obrigações. As rápidas variações nas taxas de rendibilidade, especialmente entre diferentes maturidades, podem influenciar as suas decisões relativas às taxas de juro de curto prazo, à flexibilização quantitativa ('quantitative easing', QE) ou a outras intervenções no mercado.
    • Expectativas do mercado: A rendibilidade das obrigações reflete as expectativas do mercado sobre as futuras medidas do banco central. Por exemplo, um aumento da rendibilidade a curto prazo pode indicar que os mercados antecipam uma subida iminente das taxas de juro.

Fatores-chave que afetam a rendibilidade das obrigações

Várias forças interligadas contribuem para a flutuação constante da rendibilidade das obrigações:

  • Política Monetáriado Banco Central: Medidas diretas dos bancos centrais, como aumentar ou diminuir as taxas de juro de referência (por exemplo, a taxa dos fundos federais), ou adotar medidas de flexibilização quantitativa ('quantitative easing', QE) ou de restrição quantitativa ('quantitative tightening', QT), têm um impacto profundo e imediato na rendibilidade das obrigações. Os aumentos das taxas de juro normalmente provocam um aumento da rendibilidade.
  • Expectativas de inflação: Se os investidores antecipam uma inflação mais elevada, exigem uma rendibilidade mais elevada para compensar a erosão do seu poder de compra. Por outro lado, expectativas de inflação baixa podem levar à diminuição da rendibilidade.
  • Perspetivas de crescimento económico: As previsões de forte crescimento económico tendem a elevar a rendibilidade, uma vez que os investidores transferem o seu dinheiro para ativos com potencial de retorno mais elevado, como é o caso das ações, o que obriga as obrigações a oferecer rendibilidades mais atrativas para serem competitivas. As previsões de crescimento fraco podem fazer com que a rendibilidade diminua.
  • Solvência e perceção de risco: O risco percebido do emissor da obrigação desempenha um papel significativo. Governos ou empresas com notações de crédito mais baixas (risco de incumprimento percebido mais elevado) têm de oferecer rentabilidades mais elevadas para atrair investidores.
  • Oferta e procura: À semelhança de qualquer mercado, a oferta de novas obrigações emitidas e a procura global por parte dos investidores (por exemplo, fundos de pensões, companhias de seguros, investidores individuais) influenciarão diretamente os preços das obrigações e, consequentemente, a sua rendibilidade.
  • Fluxos globais de capital: As tendências internacionais de investimento e a atratividade da rendibilidade noutros países podem influenciar a rendibilidade das obrigações nacionais.

Conclusão: motivos pelos quais deve compreender a rendibilidade das obrigações

Mesmo se não tiver qualquer intenção de comprar obrigações, compreender o funcionamento e as implicações da rendibilidade das obrigações é essencial para quem procura entender o mundo financeiro. Elas representam um retrato dinâmico e em tempo real do sentimento coletivo dos investidores em relação ao futuro – no que diz respeito à inflação, ao crescimento económico e à política do banco central.

Para os investidores, a rendibilidade das obrigações é uma ferramenta indispensável para a gestão do risco, para a avaliação de estratégias geradoras de rendimento e para a tomada de decisões informadas em toda a sua carteira. Para todos os outros, elas são uma poderosa lente através da qual se pode interpretar as manchetes económicas, compreender a direção das taxas de juro e entender as forças subjacentes que moldam tudo, desde as taxas hipotecárias até à valorização do mercado de ações. Dominar o tema da rendibilidade das obrigações significa, na verdade, compreender a fundo o ritmo da economia global.

Perguntas frequentes (FAQ)

Quando a rendibilidade das obrigações aumenta, isso normalmente significa um ou mais das seguintes situações:

  • Os preços das obrigações estão a descer: Como a rendibilidade e os preços variam inversamente, um aumento na rendibilidade significa que o valor de mercado da obrigação diminuiu.
  • Espera-se que as taxas de juro subam: Os investidores podem estar a exigir taxas de rendibilidade mais elevadas porque antecipam que os bancos centrais irão aumentar as taxas de juro de referência.
  • Aumento das expectativas inflacionistas: Os investidores estão a exigir mais retorno para compensar a erosão do seu poder de compra devido à inflação futura prevista.
  • Melhoria nas perspetivas económicas: Um crescimento económico mais forte pode levar os investidores a vender obrigações consideradas portos seguros em troca de ativos mais arriscados e com maior retorno, como ações, fazendo com que os preços das obrigações caiam e a rendibilidade suba.

Não necessariamente. Embora uma rendibilidade mais elevada signifique um retorno potencial maior, muitas vezes implica um risco mais elevado. As obrigações com maior rendibilidade podem indicar:

  • Maior risco de crédito: O emissor é considerado menos solvente, o que significa que há uma maior probabilidade de incumprimento.
  • Maturidade mais longa: As obrigações de prazo mais longo geralmente oferecem uma rendibilidade mais elevada para compensar o maior risco da taxa de juro ao longo do tempo.
  • Menos liquidez: As obrigações que são mais difíceis de vender rapidamente podem oferecer uma rendibilidade mais elevada. É fundamental avaliar a solvência do emissor e o perfil de risco global da obrigação, em vez de apenas correr atrás da rendibilidade mais elevada.

Sim, uma curva de rendibilidade invertida (em que a rendibilidade das obrigações de curto prazo é superior à rendibilidade das obrigações de longo prazo) tem sido, historicamente, um indicador extremamente fiável de recessões. É um sinal de que os investidores estão mais preocupados com as perspetivas económicas de curto prazo do que com as de longo prazo, muitas vezes antecipando uma desaceleração económica futura ou até mesmo uma recessão, o que levaria a taxas de juro mais baixas no futuro. Embora não seja um indicador garantido, é um sinal de alerta muito observado por economistas e pelos bancos centrais.

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